sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sem título

 Ao adentrar a sala, deparei-me com a pobre na cadeira de rodas
 A claridade atravessava as grandes portas de madeira, iluminando cuidadosamente o ambiente
 Eu havia sonhado com ela a noite passada, seus cabelos, sua pele, suas mãos... tudo estava como era antes
 Recordei-me do sonho assim que estacionei de frente o casarão, abri o portão devagar enquanto à via sorrindo pra mim, dizia alegremente:
- Veja, estou curada.
 Mas o sorriso se desfez como pó quando me aproximei daqueles olhos cansados
 Disfarçando o choque imediato disse ternamente à pobre senhora que acabara de levantar:
- Bom dia Dona Miroca, como você está hoje?
 Era claro que não estava nada bem, mas a mesma se esforçava para não demonstrar tamanho sofrimento:
- Eu passei um pouco mal essa noite, mas estou melhor agora, desculpe te incomodar
- Imagina... não é incomodo algum!
 A dama de companhia acompanhava com o olhar atento enquanto o aparelho de pressão comprimia o braço da senhora.
 Após isso retirei da sacola algo que havia prometido:
- Veja, isso é pra você.
- Ah, que lindo, foi você que fez?
- Sim, fiz em um dia de domingo enquanto estava de folga.
- Eu costumava pintar quando estava boa
- Pois é, eu vi as telas na parede, são lindas.

- Sente-se Rafael
- É que preciso ir mesmo!
- Obrigada pelo presente.

"Imagem do presente que dei a ela."

2 comentários:

Mundo do Gê disse...

Que alma meu amigo!
Quanto sentimento se esconde dentro de vc...
Acho que seu grande tamanho, é para caber a grande alma que vc carrega...
Grande Rafa!
Abração!

Daniel Savio disse...

Sabe, quando acontece este exemplos de vida é que deviamos aprender como a nossa vida é boa (pois não temos nenhum mau físico para nos atrapalhar)...

Fique com Deus, menino Rafael.
Um abraço.

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento