terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Conversa de rodoviária


- Oi
- Oi, achei que não viesse!
- É... eu não queria que você fosse sem que eu me despedisse antes.
- Que bom que você veio.
- Quero que saiba que eu vou sentir muito a sua falta
- E eu a sua.
- Bom, o ônibus já está partindo, espero de verdade que encontre oque está procurando
- Obrigada por isso, vou fazer de tudo pra buscar a felicidade que não encontrei aqui!
- Não se esqueça de mim, por favor!
- Jamais, eu me lembrarei de você pra sempre
- ok
- bom... eu tenho que ir agora.
- Adeus!
- Adeus!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A unica


 Ao chegar em casa, exausto de mais um dia de trabalho
colocou-se a lembrar do que havia feito, a prestar contas de suas ações
 Pela manhã ele preparava um discurso pra se declarar à garota amada,
um discurso que já era planejado a algum tempo, algo que treinava em frente o espelho à semanas.
 E lá estava ela na praça por acaso, acompanhada e feliz.
 Brincou fingindo não conhecê-lo, ele sorriu, ela voltou e o abraçou
 Ele cumprimentou seu namorado voltando seus olhos à ela
 Perguntou se estava tudo bem, pois adoecera dias antes
 Ela disse que sim e agradeceu sua visita ao hospital
 Disse ainda que o namorado a visitara todos os dias, enquanto ele foi apenas uma vez.
 Ele sorria por fora, mas estava quebrado por dentro
 Foi então que resolveu despedir-se com a desculpa de que ela iria se atrasar pra onde quer que fosse
 Ela então se foi de mãos dadas com o amante.
 E ele aos cacos, ergueu-se e conseguiu chegar em casa.
 Agora em frente o espelho novamente, viu seu discurso tão esperado descer ralo abaixo junto com a espuma do banho que acabara de tomar.
 Sentou-se nu sobre o vaso sanitário com um cigarro na boca e chorou até suas lágrimas secarem.
 A unica coisa pra qual vivia, que ainda o segurava na cidade, deixara de existir.

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento