sexta-feira, 5 de abril de 2013

Infância de Rafael



 Quando eu tinha 6 anos de idade eu era apaixonado por uma planta que existia atrás da minha casa, eu tinha 6 anos e talvez a planta que eu acompanhei crescer tenha sido o meu primeiro amor, era uma linda planta que crescia rente a parede da casa.
 Eu não tinha muitos amigos e minha mãe não permitia que eu ficasse muito tempo brincando na rua, então eu conversava com a planta que por fim já era quase uma árvore, cheia de folhas verdes e algumas flores.
 Muitos acontecimentos da minha infância foram acompanhados pela planta que havia um nome que não me recordo agora.
 A maioria das crianças costumam ter amigos imaginários, eu tinha minha planta, eu devo ter vivido isso por um curto período de tempo, coisa de meses... mas como o tempo demora passar quando somos pequenos, durou uma eternidade.
 Hoje eu posso entender por que o pequeno príncipe de Antoine Saint-Exupéry valorizava tanto a sua rosa, esse sentimento puro que só uma criança pode sentir.
 Eu me lembro até de apresentar a minha planta pra algum amiguinho de primário.
 Mas um dia enquanto eu não estava em casa, colocaram fogo no quintal e ela se foi, quando eu cheguei da escola só encontrei cinzas, cinzas e carvão no lugar da planta, não haviam mais folhas nem grama ao redor, não havia nada além de cinza e fumaça, e essa foi a minha primeira grande perda. isso é muito puro.

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento