terça-feira, 28 de maio de 2013

"Mas porque a morte tem que existir?"



 Hoje eu conheci a história de Zach Sobiech, um jovem americano de Minesota com cancer. Sabendo que teria poucos meses de vida, Zach resolveu fazer músicas para dizer adeus a sua família e amigos.
 Conversando agora pouco com um amigo, disse que não sei oque eu faria se soubesse que teria apenas mais um ano de vida.
 Ele então me lembrou de uma das cenas mais marcantes de Six Feet Under em que Nate conforta um famíliar.
 Quando a pessoa lhe pergunta:"Mas porque a morte tem que existir?"
 Nate então responde:"Pra valorizar a vida, nunca sabemos quanto tempo nos resta, então que aproveitemos cada dia como se fosse o ultimo."
 Essa cena é de uma genialidade incomparável.
 Voltando a 
Zach Sobiech, eu escutei sua música.
 
‘Clouds’ onde canta no refrão: "E nós vamos subir, subir, subir, mas eu vou voar um pouco mais alto. Vamos atravessar o telhado…"
 No 
iTunes, ele acaba de alcançar o primeiro lugar nas mais tocadas, e não é só pelo fato de ser uma bela canção, mas sim pelo fato de Zach ter falecido a seis dias atrás.


Imagem de 
Zach Sobiech

Aline Munhoz


Por Rafael Galvão

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Horário de almoço


 Tudo começou em uma grande metrópole, São Paulo pra ser mais exato!
 Muitos carros, buzina, muita gente nas calçadas, polícia, transito, metrô, lotações...  Bem; tudo que uma cidade grande tem direito.
 Havia uma praça no meio disso tudo, árvores imensas para acompanhar, arrança-céus tão grandes quanto.
 Por essa praça todos os dias passavam centenas de pessoas de todas as etnias, e foi em um dia qualquer que uma executiva almoçava ali por perto quando passou por ele.
 Ele a olhou, ela retribuiu o olhar
 De todas as pessoas que passara ali naquele instante, era ela quem chamava mais atenção.
 Ele encarou a loira, que desviou o olhar e seguiu.
 No dia seguinte a mesma coisa, porém dessa vez ela perguntou a uma amiga que convidara pra almoçar se já o tinha visto por ali, mas a resposta foi "Não".
 No dia seguinte ela resolveu arriscar e se aproximar, acompanhou o relógio da empresa, mas nada de chegar a hora do almoço.
 Pensou nas possibilidades, levou em conta que era solteira, e decidiu que era hora de dividir o apartamento.
 Porém, quando chegou até a praça, ele não estava mais.
 Ela nem almoçou naquele dia, dando voltas, buscando-o.
 Isso a deixou menos feliz.
 À noite, já em seu apartamento, quando encostava a cabeça no travesseiro, todos os seus pensamentos eram para ele.
 Nos dias seguintes ela voltou ao local, mas não havia nem resquícios de que ele passara por lá.
 Ela então seguiu sua rotina diária de quando não o conhecia.
 Almoçava, sentava na praça, observava os pássaros nas árvores, e voltava ao trabalho.
 Até que um dia, sentada no banco da pracinha depois do almoço, ela o vê.
 Ele reaparece do nada, e dessa vez quem decide se aproximar é ele.
 Ela sorri, ele passa por baixo do banco.
 Ela permanece sentada, e procura por ele.
 Ele passa por entre suas pernas e solta um miado.
 E ela desde então passa a tratar do bichano todas as tardes em seu horário de almoço,
até decidir levá-lo pra casa.

domingo, 5 de maio de 2013

Silencioso sorriso

 Eu estava triste, pois meu coração estava partido (havia terminado meu noivado). Um primo, que nunca a visitava, estava lá. Mamãe sentou num sofá do lado de sua cama e eu peguei meu violão. Ela não se lembrava dos nossos nomes, mas não esquecia as canções. Cantamos todas que ela gostava, até que em um momento ela fechou os olhos e se calou. Ficou com um sorriso no rosto, respirando devagar, enquanto nós continuamos a serenata. 
 Após algumas canções, percebemos que ela havia partido.
 O segundo em que se descobre que a pessoa morreu, é um instante cheio de pesares. Fica sempre um saldo deficitário, de que poderíamos ter sido melhores, ama-la mais, cuidar mais de suas manias de idosa, de suas incontinências e de seu peso em nossos ombros, quando íamos leva-la para tomar banho.
 Então as lembranças vêm junto com as lágrimas, e todo o resto se vai, como uma rendição à vida.
 No fim, eu soube que demos à minha avó uma partida que eu desejo para mim.
 Nós com a música.
 Ela, com seu silencioso sorriso!

 Michele Oliveira

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento