quinta-feira, 19 de agosto de 2010

 Essa noite, depois chegar em casa após de um longo e cansativo dia de trabalho, me coloquei a olhar a lua exatamente como fazia quando tinha meus seis anos de idade.
Estático, eu a observei por pelo menos dez minutos, incrível como o tempo é relativo dependendo da idade da gente, com 6 eu ficava horas só a olhar a lua e as estrelas e poderia ficar bem mais se minha mãe não me chamasse pra entrar, agora com 27, dez minutos me custa um dolorido torcicolo.
O tempo passa depressa demais, e isso me fez lembrar um texto que vi essa semana na Internet:

Vida, segundo Charles Chaplin.

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?
(Sir Charles Spencer Chaplin Jr)

domingo, 15 de agosto de 2010

Sem título


 Se você segue um padrão para se encaixar na sociedade, para ser aceito em algum grupo, ou coisa e tal, você tem que estar aberto a críticas, pois está passivo a receber isso, querendo ou não.
 Chega a ser engraçado.
 Nos preocupamos tanto com o que os outros vão pensar que deixamos de ser felizes por isso.
 A vida é um bem tão precioso que quando menos se espera ela já se foi, e se você não a aproveitou da forma que queria, não há outra chance.
 O tempo não volta atrás, e você não tem o direito de entrar com recurso.

domingo, 8 de agosto de 2010

Recobrando os sentidos


- Não fique feliz por mim, droga... estou com ela mas não estou contente.

 Essa frase maquinou em sua cabeça por dias, e aquele rosto deformado pelo choro iminente com sua boca trémula o assombrou todas as noites.
 Ele não podia suportar tamanho afeto por parte dela, não mais.
 Detestava aquele abraço, aquele sorriso, aquele jeito de falar, que nunca mais veria por conta da discussão.
 Só assim, só assim pra recobrar os sentidos.

 Se viu em alta velocidade na auto pista, morto de amor e de chorar
em seguida se colocou sozinho entre um morro distante e longínquo à assistir o sol se por entre as montanhas de Minas Gerais

 A família foi avisada e o irmão reconheceu entre as ferragens a blusa que ele usava antes de sair de casa.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Carta


 Areta, espero que esteja tudo bem contigo.
 Bom, eu queria ser breve na carta, mas tenho sentido tantas coisas que talvez seja difícil escrever tão pouco.
 Foram bons os tempos que passamos juntos, não me arrependo de coisa alguma, eu não sei quanto a você,  mas eu faria tudo de novo se pudesse voltar no tempo.
 Se bem me lembro, na ultima vez que nos falamos você se queixou de tudo, do trabalho, da cidade, das pessoas, de você mesma... você me pareceu tão cansada, e isso me deixou com pena, veja só, cansou-se até de mim, pois bem.
 Eu também tenho estado extremamente cansado, o trabalho vem me consumindo de tal forma que parei de tocar violão, isso faz com que eu sinta que logo não restará nem migalhas do que eu sou.
 Areta minha cara, estou aqui falando de você e da sua exaustão, e logo sou eu o mais cansado nessa história.
 Eu a vejo quase todos os dias mas agora tenho medo de me aproximar, você mudou tanto que temo ser desprezado, e se isso acontecesse, mataria o resto de amor que ainda sinto por você.
 Areta, queria que as coisas voltassem a ser como eram antes, mas você e sua bipolaridade não permitem.
 Talvez as coisas nunca mais se acertem afinal, a gente nem ao menos se fala mais.
 Eu tenho pensado seriamente em mudar de vida, pois minhas dores de cabeça estão cada vez mais frequentes, e isso não é bom.
 Tenho medo de morrer como meu pai, por isso vou buscar a felicidade a partir de agora e deixá-la ser feliz da sua maneira.

 Um abraço, minha cara Areta.

 João.

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento