
- Ah, oi! - disse ela, debruçando-se sobre a janela do carro com a blusa deslizando sobre o ombro esquerdo
Puseram-se então a conversar até que acertaram o preço.
Saíram debaixo de uma chuva de luzes produzidas pela metrópole
Devagar observavam os seres de todas as espécies andando na calçada
O mendigo faminto debaixo do cobertor rasgado
A mãe solteira com a criança nos braços
A briga de travestis logo a frente
A ambulância parada ao lado de um motoqueiro acidentado
A sirene da polícia, dos bombeiros, o buzinaço.
Uma madrugada contagiante
O perfume da prostituta era espetacular
Sua pele era tão macia, seus cabelos tão sedosos,
sua voz doce e seu olhar melancólico
Ainda dirigindo, acendeu um cigarro e disse:
- Quer comer algo?
Espantada, questionou:
- Achei que você já quisesse ir pro motel, não?
Ele achou graça e riu
Já ela, continuou séria
Ele teve que pagar um hambúrguer à garota para convencê-la de que não era um maníaco.
O sol nasceu, e ela chegou em casa descalça com as sandálias na mão feliz por encontrar um cara diferente naquela noite.
4 comentários:
O mundo sempre prega suas peças,seremos nós essas peças?
Boa a pergunta que: Pensamento aqui é documento deixou:
Quem seria o mais carente entre eles?
Mas não é só nas metrópoles que existem segredos, nossas almas e mentes são carregadas deles...
Quais são os teus meu amigo Rafa, eu tenho os meus, quem sabe um dia resolva revelar...Mas aí deixariam de ser segredos...
Forte Abraço!
A surpresa tem sido a capacidade que me faz falta. Adorei o conceito deste escrito, apesar de comentar pouco, estou sempre por cá.
Sou um observador passivo.
Grande abraço, grande irmão.
Sabe, as vezes não pagamos pelo sexo, mas sim pela companhia de outra alma...
Fique com Deus, menino Rafael.
Um abraço.
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