segunda-feira, 30 de março de 2009

O fim


 A ultima festa
 O ultimo final de semana antes do verão
 E antes que tudo se acabe la está ele sem saber onde colocar suas mãos
 Sem saber quais palavras usar
 Sua vontade era de puxá-la para uma única dança, mas não o fez
 Apenas acompanhou com o olhar sua amada dançar com outro alguém
 O frio da sacada o fez ir embora antes do fim
e então...
...a musica parou.
A festa acabou
e tudo que restou foi o fim..

domingo, 29 de março de 2009

A ponte


 Quando eu tinha dez anos, estávamos na praça de alimentação
eu, minha mãe e meu irmão
 Meu pai na ocasião não estava presente, lembro-me como se fosse hoje.
 Era véspera de natal, haviam muitas luzes e também havia um assento vazio
 E sem adiar por um instante assim que notou a falta de um membro da família, meu irmão disse:
- Faltou meu pai.
  Desde então dói pensar que naquele dia ele estava ausente por estar trabalhando e hoje ausente por ter partido.
 Há um termo que podemos usar para quem morre:"CRUZAR A PONTE DURANTE UM NEVOEIRO" ninguém sabe oque pode haver do outro lado.
 Pode ser algo grande e mágico, ou simplesmente pode não haver nada.
 O fato é que... querendo ou não, a vida é uma série de acidentes.
 Um dia quando eu cruzar a ponte vão dizer:
- "Ele era um cara leal, tinha bom caráter, integridade e gostava de aproveitar a vida,
cada momento da vida."
 E talvez eu esteja escutando e direi:
- Ow, droga! Preciso de um café bem forte.

domingo, 22 de março de 2009

Chuva de outono


 Hoje caiu a primeira chuva de Outono depois que ela se foi
depois de ter arrastado as latas presas ao corpo sobre uma areia escura de uma praia deserta.
 Nem se eu quisesse apagá-la poderia, pois o DNA penetra no solo
 E se alguém me perguntasse depois da tempestade se eu havia visto a chuva cair, eu diria o seguinte:
- Me desculpe, eu não vi!

sábado, 7 de março de 2009

Silêncio


 Aos poucos o dia se extinguiu
e tudo que outrora era claro desapareceu na escuridão da noite.
 Deitado, à observava escovar seus longos cabelos antes de dormir
 Hábito que adquiriu na infância e nunca abandonou.
 Nenhuma palavra
 Sisuda, fitava o espelho enquanto seu cabelo era escovado com força
sabia estar sendo observada mas nunca desviava o olhar do seu reflexo.
 O silêncio constrangedor era resultado de anos de isolamento
 Quando resolveu falar, disse tudo
 Desabafou esperando pelo pior
 Não obtivendo respostas desviou seu olhar pra cama e percebeu que ele ja havia pegado no sono
foi então que notou que sua vida era comum
e chorou ao lembrar-se de seus pais
das brigas constantes
do silêncio
e de sua mãe sentada em frente o espelho escovando os cabelos.


Pintura do artista plástico Nelson Magalhães Filho
Da série MULHERES - 2004 mista s/ papel, 70x50 cm

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento