
A estrada terminou em Ijuí para os viajantes
Era uma manhã de sábado
A névoa cobria parte do lago
Seus olhos se encheram d'água com tanta beleza
Ao afastar-se do carro tentando aquecer as mãos esfregando-as uma na outra, avistou de longe o anjo mais doce do vilarejo.
Ela (o anjo) não tinha malícia, e aproximou-se lentamente
Ele (o viajante) observava pasmo enquanto seu amigo urinava despreocupado fumando um cigarro
Ela regia o universo, disso ele não tinha duvida
Até disse isso a ela:
- Você controla o universo a sua volta.
Ela sorriu como se já soubesse, mas desconversou e seguiu com seus trejeitos encantadores.
Deitou-se ao lado dele apenas com sua cinta liga
E ele fitou os olhos na guria por um longo espaço de tempo,
como se não acreditasse no que estava à sua frente
Mas ao sentir o calor do seu corpo, pôde notar que não era um sonho
Era real, ela era de real, e ele estava lá junto dela
Isso arrancou-lhe um ligeiro sorriso, e juntos viajaram pela via lactea
Adormeceram enfim, e acordaram com o amigo bêbado gritando
Já era domingo
Ele não queria mais voltar pra casa, mas seguiu
Ela mordeu os lábios para segurar o pranto mas seu queixo a condenou
Acabava-se mais um verão.
Ele não queria o mundo
Não ganhou nenhuma estatueta durante toda sua existência
Mas ele sabia fazer algo de melhor
O viajante solitário sabia amar alguém de verdade
E foi o que fez, ele amou eternamente a garota de Ijuí.
(Foto do anjo de Ijuí)
2 comentários:
Pelo jeito, era um dia para se encantar e fazer algo belo a ecoar em outros dias na vida...
Fique com Deus, menino Rafael Galvão.
Um abraço.
Rafael, que texto bonito.
Acho justo fazer homenagem à momentos e pessoas especiais.
Levamos sempre no coração, mas se podemos dividir pelo menos um pouco, mostrar um pouco aos outros, que beleza...
abraço!
=]
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