sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Carta


 Areta, espero que esteja tudo bem contigo.
 Bom, eu queria ser breve na carta, mas tenho sentido tantas coisas que talvez seja difícil escrever tão pouco.
 Foram bons os tempos que passamos juntos, não me arrependo de coisa alguma, eu não sei quanto a você,  mas eu faria tudo de novo se pudesse voltar no tempo.
 Se bem me lembro, na ultima vez que nos falamos você se queixou de tudo, do trabalho, da cidade, das pessoas, de você mesma... você me pareceu tão cansada, e isso me deixou com pena, veja só, cansou-se até de mim, pois bem.
 Eu também tenho estado extremamente cansado, o trabalho vem me consumindo de tal forma que parei de tocar violão, isso faz com que eu sinta que logo não restará nem migalhas do que eu sou.
 Areta minha cara, estou aqui falando de você e da sua exaustão, e logo sou eu o mais cansado nessa história.
 Eu a vejo quase todos os dias mas agora tenho medo de me aproximar, você mudou tanto que temo ser desprezado, e se isso acontecesse, mataria o resto de amor que ainda sinto por você.
 Areta, queria que as coisas voltassem a ser como eram antes, mas você e sua bipolaridade não permitem.
 Talvez as coisas nunca mais se acertem afinal, a gente nem ao menos se fala mais.
 Eu tenho pensado seriamente em mudar de vida, pois minhas dores de cabeça estão cada vez mais frequentes, e isso não é bom.
 Tenho medo de morrer como meu pai, por isso vou buscar a felicidade a partir de agora e deixá-la ser feliz da sua maneira.

 Um abraço, minha cara Areta.

 João.

2 comentários:

Anderson Emídio disse...

Forte este texto Rafa.

Uma carta tem suas várias motivações e significados,parece ter vida própria,leva um pouco da essência e sentimento de quem a escreveu.

Forte Abraço

Daniel Savio disse...

Realmente, te coisa que se finda, mas por que temos de adiar tanto o outro ciclo?

Fique com Deus, menin Rafael.
Um abraço.

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento