
Longos rastros de nuvens cortavam o céu num tom roxo azulado
Começara então a noite de sexta-feira
O silencio mantido pelo ambiente desde a minha chegada fez com eu me desse conta de como eu estava seguro.
Olhei para os meus sapatos lustrosos, e a imagem me fez voltar à tarde de quinta-feira.
Os idosos sentados por todos os lados, alguns caindo no truque da bolinha
As pessoas passando rápido, os vendedores ambulantes.
Os engraxates, aliás...um engraxate.
Esse que eu observava me abordou, e eu deixei que ele fizesse seu trabalho
Enquanto engraxava eu lhe fazia perguntas.
Família, casa; nada... nada foi a resposta, ele não tinha mãe nem pai, Era de Ituverava mas morava nas ruas de Franca, tomava seu banho por cinco reais, e ganhava a vida distribuindo panfletos.
-" Tá ficando bom, hein?!" Assim eu disse, elogiando o trabalho do garoto.
Ele sorriu e agradeceu
Por um instante eu pude perceber a total liberdade que ele tinha em mãos, não havia compromisso algum com a sociedade.
No entanto, a insegurança e as más condições de vida é o preço que se paga por tal desobrigação.
- " Tá certo!" Disse eu, dando-lhe o dinheiro sem que ele se importasse em devolver o troco.
- " Brigado Senhor." Respondeu o pobre, com um sorriso jovem e banguelo.
- Boa sorte meu caro, Se cuida, viu?
Apertei-lhe a mão com entusiasmo, e lá se foi ele solitário pela praça com sua caixa de madeira.
[foto de Iolanda Huzak]
Começara então a noite de sexta-feira
O silencio mantido pelo ambiente desde a minha chegada fez com eu me desse conta de como eu estava seguro.
Olhei para os meus sapatos lustrosos, e a imagem me fez voltar à tarde de quinta-feira.
Os idosos sentados por todos os lados, alguns caindo no truque da bolinha
As pessoas passando rápido, os vendedores ambulantes.
Os engraxates, aliás...um engraxate.
Esse que eu observava me abordou, e eu deixei que ele fizesse seu trabalho
Enquanto engraxava eu lhe fazia perguntas.
Família, casa; nada... nada foi a resposta, ele não tinha mãe nem pai, Era de Ituverava mas morava nas ruas de Franca, tomava seu banho por cinco reais, e ganhava a vida distribuindo panfletos.
-" Tá ficando bom, hein?!" Assim eu disse, elogiando o trabalho do garoto.
Ele sorriu e agradeceu
Por um instante eu pude perceber a total liberdade que ele tinha em mãos, não havia compromisso algum com a sociedade.
No entanto, a insegurança e as más condições de vida é o preço que se paga por tal desobrigação.
- " Tá certo!" Disse eu, dando-lhe o dinheiro sem que ele se importasse em devolver o troco.
- " Brigado Senhor." Respondeu o pobre, com um sorriso jovem e banguelo.
- Boa sorte meu caro, Se cuida, viu?
Apertei-lhe a mão com entusiasmo, e lá se foi ele solitário pela praça com sua caixa de madeira.
[foto de Iolanda Huzak]
9 comentários:
Sabe Rafael, primeiramente ao ler seu texto não sabia direito o que pensar...precisei voltar e ler, ler novamente...E foi então que pude sentir o quão grande, vasto e vazio é o que mundo temos...Não comentou em seu texto que idade deveria ter o solitário engraxate...mas acredito se tratar de uma criança,mais uma que teve sua infância roubada...pra encontrar o seu lugar ao sol...Se o mundo não esta vazio de pessoas Humanas, está cheio de pessoas desumanas...Triste fato...triste face de um país...
Abraço!
As vezes te pergunto, quem é mais feliz, nós que temos tudo, ou eles que não tem nada...
Fique com Deus, menino Rafael.
Um abraço.
Olá meu nobre, segue um selo para você lá no "mémoires". abraço
Grande Rafa, venho partilhar com vc o Premio Dardos, um selo espera por vc no Mundo do Gê!
Tava com saudade do seu café..
Q bonito o seu olhar, a sua mão estendida, a sua curiosidade infantil pela vida do outro. Gosto, disto. É algo que aproxima.
Vontade de conhecer este sorriso banguela. Uma prece por ele. Que as ruas tomem conta dos pés pequeninos, que não os engane, que os deixe em bons caminhos.
"Com açucar e leite, please"
Beijos
Pois é, mais uma vez aqui para dizer-lhe que gosto muito do café que encontro aqui, que resolvi deixar mais dois selos pra vc...passa lá no Mundo do Gê...Forte abraço Grande Rafa!
Não é necessário agradecer...pois saiba grande Rafa, que vc tbm faz parte de minha vida, gosto muito de "falar com vc"...És um amigo, que como disse embora distante dos olhos posso sentir os batimentos do coração...através dos lindos sentimentos transformados em textos que encontro no Bar Café...
É isso camarada, tenho andado meio ausente do msn, mas hora dessas...nos encontramos lá para trocar uma idéia...
Forte Abraço!
Oi moço... aceitei seu conselho e escrevi no all star "Siga em frente".
Não tenho um tênis desses há alguns anos, mas faz sentido toda vez que eu olhar para a ponta dos meus pés e ver que ainda há muito para caminhar...
Adorei seu texto...li ele uma vez para sua história e uma vez pela minha...
Um grande abraço!
As noites de sexta são o bicho em cara... Você tem umas visões tão, tão cinematográficas das coisas caras, nossa superintendes!
E você realmente consegue falar dessa coisas triste que nos assola , você e esse seu jeito único de reescrever.
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