sábado, 7 de março de 2009

Silêncio


 Aos poucos o dia se extinguiu
e tudo que outrora era claro desapareceu na escuridão da noite.
 Deitado, à observava escovar seus longos cabelos antes de dormir
 Hábito que adquiriu na infância e nunca abandonou.
 Nenhuma palavra
 Sisuda, fitava o espelho enquanto seu cabelo era escovado com força
sabia estar sendo observada mas nunca desviava o olhar do seu reflexo.
 O silêncio constrangedor era resultado de anos de isolamento
 Quando resolveu falar, disse tudo
 Desabafou esperando pelo pior
 Não obtivendo respostas desviou seu olhar pra cama e percebeu que ele ja havia pegado no sono
foi então que notou que sua vida era comum
e chorou ao lembrar-se de seus pais
das brigas constantes
do silêncio
e de sua mãe sentada em frente o espelho escovando os cabelos.


Pintura do artista plástico Nelson Magalhães Filho
Da série MULHERES - 2004 mista s/ papel, 70x50 cm

4 comentários:

Anderson Emídio disse...

Velhos ciclos se perpetuam e aquilo que mais nos incomoda carregamos junto por toda vida,quando fazemos escolhas erradas e tomamos decisões precipitadas.
Ser feliz é uma escolha.
Forte abraço meu amigo.

Daniel Savio disse...

Sabe que o me entristece e falta de iniciativa para consertar os erros após serem feitos, errar é humano, mas acho divino concerta-lo...

Fique com Deus, menino Rafael.
Um abraço.

Thiago dos Reis disse...

vc está extremamente depressivo ultimamente..

mas gostei.

Carla P.S. disse...

Bem sensível da tua parte, Rafael.
Passo pra desejar um café, também amante da arte e da poesia.
Ótimo domingo, magnífica semana. ;)

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento