sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Visita ao lar


 Ha alguns dias atrás eu visitei o asilo.
 Aliás... eu tenho visitado o asilo com frequência ultimamente.
 Em uma dessas visitas, ao adentrar o local, observei alguns idosos tomando seu banho de sol, outros jogando bilhar e uma em especial, sentada em uma cadeira mais afastada dos demais me acompanhou com o olhar.
 No inicio achei que fosse apenas curiosidade, mas passo a passo eu pude notar que ela queria me dizer algo, então comecei a encará-la assim como fazia comigo
 Ao me aproximar, a pobre esboçou um breve sorriso e perguntou se eu estava la pra levá-la embora
 Foi desolador ver tamanha tristeza nos olhos daquela senhora de pele fina como papel.
 Ao dar-lhe a resposta negativa, seus olhos se encheram d'água, e eu só pude afagar-lhe o ombro para consolá-la.
 Eu a vi nos outros dias, e o que eu pude perceber em seu olhar foi o vazio triste e um resquício de esperança.
 Nos dias seguintes, me deparei com um senhor rolando na grama como uma criança
 O que lhe arremetera a setenta anos atrás talvez tenha sido o fato de se sentir só.
 Ele se perdera no tempo, como a maioria dos que lá estão.
 Rolava na grama de um lado a outro enquanto eu me aproximava dele, ao perceber minha presença, perguntou-me em que dia estávamos
 Eu então lhe respondi que era quinta feira.
 Ele me deu uma olhada, sorriu, tragou seu fumo e voltou a ser feliz, rolando e rolando.

2 comentários:

~°Aquela que reclama°~ disse...

caramba *O*

Daniel Savio disse...

Rapaz, infelizmente é triste este comportamento da familia das pessoas idosas...

O certo seria se estivesse no seio familiar.

Fique com Deus, menino Rafael Galvão.
Um abraço.

metrópole

metrópole
Estava chovendo lá fora

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento